quarta-feira, 21 de julho de 2010

A importância do movimento indígena na elaboração de políticas públicas

Gersem Baniwa foi o palestrante convidado pelo Instituto Maiwu para falar sobre o movimento indígena contemporâneo. Natural do Amazonas e da etnia Baniwa, Gersem é formado em Filosofia e mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília. Além disso sua experiência de ter sido secretário municipal da educação e um dos fundadores da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) trouxe bastante riqueza ao debate.

Baniwa explicou que “não existe livro didático nem professor formado para dar aulas de Movimento Indígena” e que é a vivência política e o seu ponto de vista dele que ele expõe e que todos tem o direito de concordar ou discordar. “Sou um militante político. E não se faz política sem posição”, complementou.

Já Francisca Navantino, mais conhecida como Chiquinha Paresí, professora que faz parte do Instituto Maiwu e do Conselho Estadual de Educação Indígena contou sua experiência sobre a participação dos índios no controle social das políticas de Estado. No curso, Chiquinha falou sobre quando a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) criou um conselho que contemplava a participação indígena, que representou um grande desafio às lideranças indígenas, pois foi visto que era preciso de capacitação para representar um setor tão diverso e rico quanto os indígenas. “A saúde abriu o espaço para surgirem outros conselhos, na área de educação e outros previstos na legislação. Os representantes indígenas nos conselhos precisam estar muito atentos aos problemas de saúde nacionais e principalmente de seu estado ou região”, analisou Francisca.

As aulas tiveram ainda outros instrutores como a professora de Direito Agrário e Ambiental da UNEMAT Sandra Lima, que tratou sobre Direitos Indígenas e Ambientais, o administrador Luís Eustórgio, que mostrou a importância de as comunidades indígenas se organizarem em associações.

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