terça-feira, 27 de maio de 2008

Cuiabá/MT, 27 de Maio de 2008.


Ao: Wanderley Guenka
Diretor do DESAI



CARTA ABERTA DOS POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO (DSEI/CUIABA)

Nós, os Povos indígenas (Myky, Irantxe Manoki, Umutina, Bakairi), jurisdicionado a Coordenação Regional de Mato Grosso por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena Cuiabá (DSEI-CUIABÁ), hoje nos encontramos nesta capital num movimento pacifico e reivindicatório. Viemos de nossas aldeias em virtude das más condições e precariedades que a Saúde Indígena se encontra, há muito tempo estamos acompanhando as profundas mudanças que estão acontecendo com a Saúde dos Povos Indígenas no território brasileiro. O movimento do fechamento da Coordenação da FUNASA em Cuiabá e o ponto culminante do descaso e da omissão do Gestor da Saúde Indígena (FUNASA), pois dia a dia vivenciamos o declínio da qualidade dos serviços dentro de nossas áreas indígenas e constante diminuição dos recursos destinados à saúde indígena.
E com base na Constituição Federal de 1988, no art. 196 dizendo que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Sendo instituído o Subsistema de Saúde Indígena, conforme Lei 9.836/99, que assegura o atendimento a saúde das Populações Indígenas, respeitando a especificidade cultural de cada etnia. Observamos que estes direito estão sendo negligenciados por parte do Gestor da Saúde Indígena.
Devido à falta da continuidade dos repasses de recursos financeiros por parte da FUNASA, a ações dos programas de saúde preconizados pelo Ministério da Saúde estão sendo inviabilizados de serem executados, prejudicando também os atendimentos de urgência e emergência, pela falta de passagens terrestres, combustíveis e manutenção das frotas que realizam atendimento em área indígena.
Diante de todas essas dificuldades nós indígenas resolvemos solicitar as seguintes reivindicações:
- Repasse contínuo dos recursos financeiros, respeitando o cronograma de desembolso das conveniadas;
- Garantir o valor orçamentário dos convênios do ano de 2007. Pois o corte de 18% proposto pelo DESAI inviabilizará várias ações de saúde dentro das áreas;
- Comprimento das ações do Setor de Engenharia (CORE MT), aprovados em reunião do CONDISI Cuiabá de 2007, para construção e execução de benfeitorias nas áreas indígenas (Sistema de Abastecimento de Água e Módulos Sanitários);
-Que os reparos das frotas dos veículos que atuam nas reservas indígenas no atendimento á Saúde Indígena sejam da responsabilidade das conveniadas e não da COREMT.
- Investimento na formação escolar e inserção profissional dos AIS (Agente Indígena de Saúde) e AISAN (Agente Indígena de Saneamento);
- Não municipalização da Saúde Indígena.

sábado, 10 de maio de 2008

Instituto Maiwu irá realizar Seminário Estadual

Depois de três dias de debates, no Seminário Estadual sobre o Zoneamento Sócio-Econômico e Ecológico de MT, realizado em Cuiabá/MT. Representantes indígenas chegaram a conclusão da necessidade de se realizar um seminário específico para os povos indígenas.
As propostas contidas no zoneamento afetam diretamente as populações indígenas e suas terras.
"Somos mais de 40 povos. Quase 70 áreas indígenas. É impossível para nós que estamos aqui falar da terra e da realidade de outro povo. Precisamos de um encontro específico com todos os povos indígenas do Estado", explicou Mariléia Taiua, do povo Bakairi.
A solicitação foi entregue diretamente ao Secretario de Planejamento, Yenes Magalhães, que garantiu total apoio a essa iniciativa. "Não só vou apoiar como estarei presente neste seminário", em resposta ao convite de Estevão Bororo, um dos coordenadores do Instituto Maiwu.
A iniciativa contou com o apoio dos povos Bakairi, Bororo, Ikpeng, Kaiapó e Xavante. Outros povos que não estiveram presentes no seminário também já manifestaram apoio a realização do evento: Apiaká, Karajá, Paresi, Rikbaktsa e Umutina.
A data ainda não foi definida, mas os organizadores trabalham com um prazo máximo de 40 dias para a sua realização.