domingo, 14 de novembro de 2010

Movimentos Sociais exigem cancelamento de audiências públicas para UHE Sinop

Com uma passeata pelo centro da cidade Sinop (MT) uma aliança de movimentos sociais exige o cancelamento das audiências públicas referente à construção da hidrelétrica Sinop, uma das hidrelétricas que comporão o Complexo Tapajós. Os movimentos sociais são contra a construção destas usinas por causa dos desastrosos impactos sócio-ambientais e irreversíveis para a região. Será a morte dos rios Teles Pires e Tapajós.

 O ato público encerra o seminário Amazonas em Debate: Compromissos das Universidades Públicas e Movimentos Sociais, que reuniu aproximadamente 500 pessoas do Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul, nos dias 10 a 12 de novembro, na paróquia da igreja São Cristovão em Sinop.

Nos três dias de debates e palestras professores das universidades estadual e federal de Mato Grosso e representantes dos movimentos sociais apresentaram temas como a história da ocupação da região Amazônica, a lógica do mercado de energia no Brasil e no mundo, os impactos sociais e ambientais da implantação de hidrelétricas em geral e especificamente no caso de Sinop e o complexo Tapajós.

A conclusão foi clara: o complexo de barragens transformará os rios Teles Pires e Tapajós numa série de lagoas de água estagnada, suja e morta, eliminando uma grande parte da biodiversidade, despojando milhares de pessoas, impactando comunidades tradicionais como povos indígenas, ribeirinhos, pescadores, pequenos agricultores e retireiros. Ao mesmo tempo, a energia gerada atenderá apenas às demandas da região sudeste do Brasil, criando poucos empregos para a região e muito lucro para as empresas de construção e de energia.

Cada entidade e comunidade presente deixou muito claro que está lutando em favor de uma sociedade justa e um modelo econômico verdadeiramente sustentável, com inclusão de todos os cidadãos, com outro modelo energético e respeito ao meio-ambiente. Um progresso que o modelo econômico vigente, o capitalista, não pode realizar. O complexo Tapajós também não atende a estas demandas, já que não está priorizando o homem, nem o meio-ambiente em que vive, mas os benefícios econômicos.

O último dia, sexta-feira, dedicou-se à definição da resistência contra as barragens. Formalizou-se o Fórum Teles Pires Vivo, que reúne as entidades presentes na luta contra as barragens da região. Discutiu-se o posicionamento frente às audiências públicas, consideradas como mero ritual para legitimar o empreendimento, a mobilização das bases na luta, e seus próximos passos, as alianças a serem realizadas a nível regional, nacional e internacional.

As entidades convidam outros movimentos e pessoas para aliar-se na luta contra as barragens.
Organizaram e participaram do seminário
ADOURADOS- Seção Sindical da Andes-Sindicato Nacional - Dourados / MS
ADUEMS- Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul ADUFMAT- Associação dos Docentes da Universidade Federal e Mato Grosso
ADUNEMAT- Associação do Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso
CIMI- Conselho Indigenista Missionário
Colônia dos Pescadores – Sinop
Comunidades Eclesiais de Base
CPT- Comissão Pastoral da  Terra
Fórum Mato-grossense de Meio-ambiente (Formad)
MAB-Movimento dos Atingidos do por Barragens
Movimento de Mulheres Camponesas
MPA- Movimento dos Pequenos Agricultores
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil Sinop
OPAN - Operação Amazônia Nativa
Pastoral da Juventude Rural
Povo indígena Apiaká
Povo indígena Bakairí
Povo indígena Enawene Nawe
Povo indígena Irantxe
Povo indígena Kaiabí
Povo indígena Karajá
Povo indígena Munduruku
Povo indígena Panará
Povo indígena Rikbaktsa
Povo indígena Yudja
Retireiros do Araguaia
Secretaria Regional Pantanal do ANDES SN
Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) – Sinop, Lucas do Rio Verde e Barão de Melgaço
SINDISEP-  Sindicato dos Servidores Publicos Federais
SINTEP- Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública de MT

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