sábado, 19 de fevereiro de 2011

Meio milhão de assinaturas contra Belo Monte são entregues ao Governo

08 de Fevereiro de 2011
Fonte: Movimento Xingu Vivo e ISA


Mais de 500 mil pessoas dizem não a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. As petições, organizadas pela Avaaz e Movimento Xingu Vivo para Sempre foram encaminhados à Presidência da República nesta terça, dia 8 de fevereiro, em um ato contra a usina na Explanada dos Ministérios, em Brasília. Segundo o Movimento Xingu Vivo, mais de 250 pessoas, dos quais pelo menos 80 indígenas, participaram da manifestação em frente ao Congresso Nacional.


O objetivo dos movimentos sociais, articulados na Aliança dos Rios da Amazônia (que reúne as organizações das bacias do Xingu, Madeira, Teles Pires e Tapajós) foi entregar as petições e uma agenda de discussão sobre as hidrelétricas na Amazônia e o programa energético brasileiro para a presidente Dilma Rousseff. De acordo com a Aliança, desde Balbina e Tucuruí, historicamente as usinas na região têm sido desastrosas do ponto de vista social e ambiental, fato reconfirmado pelos inúmeros problemas que atualmente cercam as obras de Santo Antonio e Jirau no rio Madeira.


O pedido de revisão dos projetos hidrelétricos nos rios da Amazônia e a proposta de uma nova agenda energética para o país já foram apresentados pela Aliança dos Rios da Amazônia à Secretaria Geral da Presidência, em audiência realizada na última sexta, dia 4.


Ainda dia 4, o painel de especialistas que há dois anos tem produzido análises criteriosas sobre o processo de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída na Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, veio a público manifestar-se contra a licença parcial de instalação e as autorizações para supressão de vegetação e abertura de picada para construir o canteiro de obras, concedidas pelo Ibama.


O painel de especialistas, que se constituiu em 2009 e é formado por pesquisadores, professores universitários e estudantes de pós-graduação, divulgou nota na qual alerta a opinião pública e autoridades governamentais para os riscos e consequências que a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte representa e "apela aos cientistas brasileiros e do mundo a adotar posição crítica e vigilante, a direcionar seus estudos para produzir evidências sobre o desastre econômico, social e ambiental anunciado, a compartilhar do esforço de divulgar resultados de pesquisas sobre as questões técnico-científicas e políticas do projeto".

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